Dr. Nelson Heller
Próteses de Panturrilha
A chamada "perna fina" é comumente relacionada como aspecto negativo esteticamente, tanto por homens como por mulheres.
Na análise da harmonia corporal como um todo, a perna pouco desenvolvida pode passar desapercebida. Contudo, como queixa localizada, isto é, quando só a perna não apresenta bom desenvolvimento, a referência à "deformidade" e a insatisfação potencializam a procura de tratamento apropriado.
O adelgaçamento das pernas pode ter várias causas, como:
1. Redução da adiposidade subcutânea.
2. Hipotrofia ou atrofia muscular.
3. Doenças neurológicas (poliomielite).
4. Traumatismo sobre nervos com consequência atrofia muscular.
Essas causas podem afetar toda a perna ou somente a panturrilha (barriga da perna). Neste caso, o tratamento é feito através do implante de uma prótese de silicone (prótese de panturrilha) que apresenta variadas formas e tamanhos. Para ilustrar:
1. Forma simétrica, descrita pelo médico Dr. Glicentein
1.1. Gel de silicone - superfície lisa.
Comprimento - varia de 6,2 cm a 26,2 cm.
Largura - varia de 2,1 cm a 4,4 cm.
Altura - varia de 1,6 cm a 2,5 cm.
Volume - varia de 12 ml a 140 ml.
1.2. Elastômero de silicone - superfície lisa.
Comprimento - varia de 6,6 cm a 26,9 cm.
Largura - varia de 2,7 cm a 3,5 cm.
Altura - varia de 1,2 cm a 1,9 cm.
Volume - varia de 15 ml a 150 ml.
2. Forma assimétrica, descrita pelo médico brasileiro Luis Montellano.
2.1. Gel de silicone - superfície lisa.
Comprimento - varia de 15 cm a 29,1 cm.
Largura - varia de 4,7 cm a 5,8 cm.
Altura - varia de 2,4 cm a 2,6 cm.
Volume - varia de 85 ml a 180 ml.
2.2. Elastômeto de silicone - superfície lisa.
Comprimento - varia de 15 cm a 23,5 cm.
Largura - varia de 4,7 cm a 5,8 cm.
Altura - varia de 1,5 cm a 1,9 cm.
Volume - varia de 700 ml a 175 ml.
O tratamento cirúrgico é realizado sob anestesia geral, com o paciente em decúbito ventral, isto é, de dorso para cima. É realizada uma pequena incisão na prega poplítea (dobra posterior do joelho) em frma quebrada (^^^^) a fim de minimizar a cicatriz resultante. Descola-se o subcutâneo 2 cm distalmente do joelho, onde se abre a aponeurose do músculo gêmeo interno da panturrilha. Após, usa-se um instrumento longo (+- 25 cm) com um anel na extremidade, forma romba, o descolador de MONTELLANO, afasta-se a aponeurose do músculo por uma área sem vascularização importante, obtendo-se uma "loja" onde será inserida a prótese.
Na avaliação pré-operatória do paciente, além dos exames de rotina - sangue, urina, perfil de coagulação e avaliação cardiológica - o médico deve medir o comprimento do músculo da perna, a circunferência e estimar o tamanho, volume e forma da prótese que vai usar. Dependendo das medidas, pode-se estimar uma prótese média de 140 ml, por exemplo. Contudo, o cirurguão plástico sempre tem à sua disposição volumes acima e abaixo desse estimado. Através de medidores (gel de silicone, envolvido por polietileno), mede-se o volume necessário para cada caso. Só após, abre-se a prótese para a inserção na "loja" criada pelo descolamento subfacial. A colocação da prótese é facilitada, pois tem uma pequena bolsa na extremidade, onde entra o descolador de Montellano, levando o implante até onde o médico deseja e o paciente necessita. Feito isso, sutura-se a aponeurose, a gordura e a pele, por planos. O curativo é simples, feito com gaze e micropore. Normalmente, usa-se uma meia-calça elástica, de média compressão, como complemento do curativo. O paciente obtém alta do hospital no mesmo dia, ou, mais tardar, no dia seguinte, podendo caminhar distâncias curtas sem grande desconfoto. No pós-operatório, o paciente deve tomar analgésico e antibiótibo. Os pontos são removidos após sete dias, mantendo-se o micropore por 30 dias e a meia-calça elástica por duas semanas. O paciente, a longo prazo, não tem edema residual, dor ou desconforto de qualquer natureza.
O aumento volumétrico da panturrilha, dependo do vulme da prótese, pode variar de 2,8 cm até 5 cm no diâmetro.
ARTIGO RETIRADO DO LIVRO: CIRURGIA PLÁSTICA, INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS PARA LEIGOS, TENDO COMO EDITOR O DOUTOR NELSON HELLER.